A
Caravana Pro Paz Cidadania iniciou, nesta segunda-feira (2), o trabalho na
cidade de Muaná, a quarta a receber o mutirão no arquipélago do Marajó. Com o
apoio da prefeitura local, o programa cadastrou e atendeu a centenas de
moradores da região, que procuraram, principalmente, os serviços de saúde,
oferecidos no ferry
boat especialmente montado para a finalidade. No local, são
realizadas consultas médicas em diferentes especialidades, exames e
distribuição de medicamentos.
Para
o prefeito do município, Sérgio Murilo Guimarães, o trabalho é de fundamental
importância para a população marajoara, que, em geral, não têm acesso a várias
das especialidades médicas oferecidas na Caravana. Este é o segundo ano
consecutivo em que o projeto chega a Muaná. “O Pro Paz, sem dúvida, demonstra o
olhar de carinho do Governo do Estado para com o povo do Marajó, afinal,
sabemos que trazer todo esse aparato nas áreas de saúde e cidadania não é uma
tarefa fácil, mas que faz toda a diferença para a população. As especialidades
médicas ofertadas no mutirão, por exemplo, não existem em nenhum município do
Marajó”, enfatizou.
É
o que também pensa a recepcionista Erineia Gama, de 32 anos. Moradora de Muaná,
ela aproveitou a passagem da Caravana Pro Paz Cidadania na cidade para tentar
resolver o problema de saúde do avô, o aposentado Raimundo Santos, de 83 anos.
Sofrendo há oito meses com fortes dores no corpo e tonturas constantes, que o
impedem de caminhar, o idoso contou com a ajuda de servidores do Pro Paz para
chegar até a embarcação onde acontecem os atendimentos médicos. “Além da dor
nos ossos e tonturas, o meu avô não tem se alimentado direito e fica deitado o
tempo todo. Já procuramos o hospital municipal, fizemos exames, mas nunca deu
nada de grave. Então, decidimos aproveitar a oportunidade para refazer os
exames e consultá-lo novamente. Esse trabalho é, para nós, como a chegada de um
socorro, uma verdadeira bênção”, destacou.
O
médico pediatra Alexandre Rezende, que participa da ação pela primeira vez,
acredita que os benefícios do trabalho são sentidos tanto pela população quanto
pelos profissionais envolvidos. “Essa experiência nos proporciona um
crescimento pessoal absurdo, a gente aprende muito, não só com os pacientes,
mas também com os outros profissionais que fazem parte do mutirão, pois todos
vêm para cá com um ideal diferente, com o intuito de ajudar, de colaborar com a
população e isso só nos engrandece. No final, saímos cansados, mas extremamente
satisfeitos”, ressaltou.
Segundo
o especialista, no campo da pediatria, o que se tem observado é que muitos dos
problemas decorrem da falta de educação em saúde, o que envolve desde
informações sobre como preparar adequadamente os alimentos para as crianças até
cuidados com a higiene. “As doenças mais comuns na região são oriundas da falta
de saneamento básico e da dificuldade na educação em saúde. As parasitoses e as
anemias por deficiência de ferro são as que mais aparecem e, muitas vezes,
caminham de mãos dadas. A alimentação muitas vezes não é a mais adequada para
as crianças, pois eles têm uma dieta muito rica em carboidratos, como a farinha
e o açaí, que é um alimento muito calórico, mas que não consegue suprir todas
as necessidades de uma criança em desenvolvimento”, explicou.
Entre
os adultos, de acordo com o clínico geral Daniel Rothmam, os principais
problemas estão relacionados às dores osteomusculares, decorrentes, em grande
parte, da própria atividade profissional dos marajoaras. “Muitos deles
trabalham em roçados e dormem em redes, o que acaba provocando essas dores,
principalmente a lombalgia, que é a dor nas costas”, frisou.
Foi
o médico Daniel quem atendeu, por exemplo, o aposentado Avelino Costa, de 82
anos. O idoso chegou até a Caravana se sentindo mal, e, depois do atendimento clínico
e de um eletrocardiograma, foi constatada a pressão arterial alta. “Ele foi
atendido muito rápido, ficou bem e foi encaminhado para o reumatologista, pois
também sofre com problema de reumatismo. O atendimento foi excelente, estamos
mais tranquilos agora”, relatou a filha de Avelino, a costureira Ana Nélia
Costa, de 48 anos.
Além
das consultas, os pacientes que procuram o mutirão também saem já com os
medicamentos receitados para até 30 dias de utilização. De acordo com o
farmacêutico Humberto Oriolo, houve uma padronização e todos os medicamentos
prescritos pelos médicos estão disponibilizados na farmácia do mutirão, que
distribui uma média de cinco a seis mil unidades por dia. “A maioria desses
medicamentos é para doenças como hipertensão, medicamentos ginecológicos e
diabéticos, anti-inflamatórios e antitérmicos. O que percebemos aqui é que as
pessoas acabam recebendo um tratamento que não têm no dia a dia, de assistência
farmacêutica propriamente dita, que orienta sobre como se deve tomar o medicamento,
os melhores horários, entre outras questões”, avaliou.
Durante
os três dias da Caravana em Muaná, a prefeitura municipal também oferece
atualização da carteira de vacinação para crianças de até seis anos de idade. O
serviço é oferecido durante todo o dia, em um barracão, ao lado da igreja
matriz da cidade.
Fonte: Agência Pará de
Notícias
É o que precisa ser feito o tempo todo , não com fins políticos e sim com a finalidade de ajudar o povo sem interesse nenhum .
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